
O volume crescente de usuários exigiu a contratação de um programador e o registro da rede foi feito em outubro de 2012. “Antes eu cuidava do site quando voltava do trabalho. Agora, fico em casa, vou dormir à 1 hora da manhã e acordo duas, três horas depois”, afirma. Apesar de ter experimentado trabalhar em um escritório, o fundador decidiu se instalar em um quarto de sua casa para poder passar mais tempo com a família. Lá, ele faz suas refeições e aperfeiçoa a Mirtesnet. “Seu eu tivesse continuado no escritório, não teria tempo para ver minha esposa e meu filho.”
Os números comprovam o crescimento da rede. No começo, a hospedagem do site custava R$ 29,90 por mês. O valor saltou para R$ 2 mil, fora o pagamento, também de R$ 2 mil, para o programador. Segundo Nascimento, a soma de R$ 4 mil mais suas despesas domésticas ainda não são cobertas pelo lucro dos 15 anunciantes atuais da Mirtesnet. Cada um desembolsa, em média, R$ 400 para divulgar seus produtos e serviços. “Fui de porta em porta para conseguir os anunciantes,” diz. Apesar da explosão de propostas, de mais de 500 anunciantes, ele prefere analisá-las com cuidado e aprimorar a rede para prepará-la para uma expansão. Para temporariamente bancar a invenção, Nascimento vendeu algumas de suas coisas e convenceu um amigo a vender seu carro e emprestar a ele uma quantia de R$ 9 mil para os investimentos iniciais.
De acordo com Nascimento, os resultados são produto de sua humildade e da clareza da ferramenta. Os usuários comentam a simplicidade ao navegá-la, algo que o criador considera como “bem brasileiro”. Além disso, as restrições para adicionar alguém são menores do que em outros espaços virtuais de networking, pois não há limite para o número de amigos. Para combater perfis falsos, Nascimento pretende, com seu programador, desenvolver um sistema para cancelar a conta daqueles que não configuram seus perfis e não têm foto, por exemplo.
A invenção surgiu para que o filho, Erick, então com 8 anos, se cadastrasse em um site mais seguro, com menos conteúdo impróprio para crianças. “Tudo começou como uma brincadeira mesmo. Propus a ele montar uma rede social nossa”, diz o fundador. Nascimento não tinha experiência com computadores e contou com a ajuda de um vizinho que programava sites para dar o pontapé inicial na Mirtesnet.
Para que as pessoas tomassem conhecimento da rede, o fundador espalhou faixas por sua cidade. Uma nova plataforma foi desenvolvida quando ele percebeu que havia potencial para a rede. Os primeiros testes da Mirtesnet, como ela é atualmente, ocorreram em janeiro deste ano. Ironicamente, foram os posts sobre a rede social no Facebook que ajudaram a difundir a novidade e atrair cada vez mais usuários. O nome remete à esposa de Nascimento, chamada Mirtes. Já as cores da rede, laranja e roxo, foram escolhidas pelo fundador. “Talvez não seja a melhor combinação, mas eu gosto”, afirma, bem-humorado.