quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Picos de metano podem indicar existência de micróbios em Marte

Picos de metano podem indicar existência de micróbios em Marte - Terra Brasilncidência acentuada do gás no planeta, a intervalos irregulares,
levanta questões instigantes para a missão da sonda Curiosity, da Nasa.
Na Terra, metano está normalmente associado à presença de vida animal ou
vegetal.


A sonda Curiosity, da Agência Espacial Americana (Nasa), detectou
picos de metano na atmosfera de Marte. Na Terra, cerca de 95% desse gás
provêm de formas de vida animal ou vegetal. Assim, sua presença levanta a
hipótese da existência, passada ou presente, de micróbios no planeta.


O estudo mais recente sobre o metano em Marte, publicado nesta
terça-feira (16/12) pela revista Science, indica que sua concentração na
atmosfera em torno da locação da Curiosity, na cratera Gale, é menos do
que a metade do esperado. Entretanto, ao longo do ano marciano, o
veículo espacial mediu ocorrências relativamente frequentes de uma
decuplicação temporária do volume do gás.


Essa "elevação súbita seguida de declínio" indicaria que deve haver
uma fonte de metano "mais ou menos localizada", nas proximidades da
cratera, explica o integrante da equipe encarregada da sonda marciana
Sushil Atreya, da Universidade de Michigan.


Outras explicações


Há 20 meses a sonda realiza medições no planeta vermelho, período em
que registrou os picos de metano em 60 diferentes dias marcianos.
Processos biológicos não são, contudo, a única explicação possível para a
produção do gás, que na atmosfera terrestre tem uma duração de cerca de
300 anos.


Ele poderia estar armazenado em camadas subterrâneas de gelo, e sua
súbita eclosão em grande quantidade, ser provocada por distúrbios
mecânicos ou térmicos do solo. Nesse caso, permanece a questão de como o
metano teria chegado a esses estratos mais profundos.


Para
identificar sua real origem, os pesquisadores precisariam saber de que
isótopo do metano se trata. Entretanto, sua baixa concentração na
atmosfera marciana (em média, 4 mil vezes inferior à terrestre) é ainda
insuficiente para permitir exames nesse sentido, apesar dos picos
acentuados.


Ao perfurar uma rocha, a Curiosity também detectou outras moléculas
orgânicas, que os pesquisadores acreditam ser a primeira confirmação de
carbono orgânico no solo do planeta vermelho. A identidade desse
material é desconhecida.